quinta-feira, 17 de março de 2016

Procurou refúgio



Todos os poemas destinados a ela,
Pareciam sofridos, caídos, com muletas.
Todas as madeiras que alimentavam sua fogueira,
Pareciam gravetos, varetas.

Eram fantasias sem festa.
Apresentavam-se como a fresta
Da porta que abre para o horizonte.

Falavam de força e empenho,
Das cicatrizes que hoje tenho,
Das coisas que não se vê a olho nu.

Então vesti minha roupa de ‘escrevedor’,
Que no bolso nunca falta uma caneta,
Na face, sempre uma nova careta,
Para enfrentar as feiuras de cada dia,
Que por artimanha, covardia,
Tocam na sua mão,
Antes de uma nova rasteira.

Depois de tanto ser falada,
Arrumou as malas, foi embora.
Decidiu esconder sua beleza.
Talvez a Dona Felicidade,
Tenha cansado dos boatos de inimizade,
Dela, com sua vizinha Tristeza.

 – Carlos I. Gomes.








3 comentários: