Percebo
que quanto mais você firma seus objetivos, quanto mais você se encontra no que
quer, mais aparecem coisas relacionadas à causa. Eu sou demasiado curioso;
demasiado questionador; demasiado falador; demasiado! E quando encontro pessoas
que são questionadoras, que não se contentam com o que se apresenta e, querem
ir além, é incrível! Não digo que não convivo com pessoas assim, pois se
dissesse, estaria mentindo.
Nesse
texto eu venho falar das surpresas: seja vinda de pessoas que você conhece, mas
não sabia que pensavam de tal forma, ou vinda de pessoas que você não
imaginaria que existiam, mas como que por um truque do destino, você as conhece
e devaneia por horas, ou até onde a linha do trem acaba. Como disse, sou um
tagarela declarado. Por mais que a outra pessoa fale, eu sempre acho que falei
mais (e estou certo na maioria das vezes). Ultimamente tenho tido conversas
revigorantes. É realmente animador quando você tem uma boa surpresa. E para
minha sorte, esta surpresa tem vindo em formato de palavras agrupadas em um
contexto, emitidas por um interlocutor eloquente, que por não conseguir
transmitir tudo através de fonemas, solta uma gargalhada.
Fica
claro depois da terceira, ou mesmo da primeira conversa (para um bom
observador), que adoro me expressar por meio de metáforas. Mas tem uma coisa
que eu adoro mais do que me expressar por metáforas: não ter que explica-las
depois. Chego ao meu ápice de alegria quando vejo que posso falar da maneira
que gosto, e ser compreendido. Com essa sociedade do “expresso”, as pessoas
perderam o ânimo por coisas mais complexas. Querem tudo da forma mais rápida
possível. Às vezes por querer tão rápido, acabam nem terminando seus afazeres. Tendo
isso em vista, é totalmente compreensivo que eu fique animado com boas
conversas, que estão cada vez mais raras.
Por
isso, Criança, eu vos digo: viva intensamente cada boa conversa. Quando não
souber o que falar, solte uma piada. Provoque o riso e se deixe provocar por
ele. Nos tempos de hoje, desperdiçar um bom proseado, como diria meu avô, é
privar-se da alegria; trair a si mesmo!
–
Carlos I. Gomes.
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