quinta-feira, 10 de março de 2016

Tentativa

A arte leva tempo.
E eu que apressado,
Muitas vezes desatento,
Borro as telas da experiência.
Vivências encardidas.
Sofridas com toque de véu,
Grinalda e alianças.
Todas as esperanças
De um casamento.
Desatento, deixo a noiva passar.
E o padre,  enfurecido,
Disse que teria me batido,
Se não tivéssemos na igreja.
A arte leva tempo,
Leva sono, deixa insônia.
Podem tocar fogo na babilônia,
Que ela continuará de pé.
Não é Alexandria.
O Império é mais extenso.
Quanto menos durmo,
Mais penso,
Um turbilhão que se apresenta
Em meros olhos vermelhos.
Aparelhos de um corpo cansado,
Porém disposto.
Que vai na pia,
Lava o rosto,
Para pintar o próximo quadro.
Falho!

- Carlos I. Gomes.

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